Varizes dos Membros Inferiores
- Dr André Bertocco
- 20 de set. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 21 de set. de 2019
Saiba mais sobre a principal queixa dos pacientes no consultório vascular

Habitualmente nos deparamos nos consultórios com uma queixa de “problema de circulação”, contudo é muito importante entender o que de fato é a “circulação”. Temos no corpo humano basicamente 3 vias por onde os fluidos circulam: Arterial, Venosa e Linfática.
Arterial: vaso que leva o sangue oxigenado pelos pulmões do coração para todo o corpo; Venoso: Vaso responsável pelo retorno do sangue do corpo para o coração; Linfáticos: Vasos que transportam a linfa do corpo de volta à circulação sanguínea.
Considerando a circulação Venosa dos membros inferiores, temos basicamente dois sistemas: o superficial e o profundo. O sistema superficial é, em resumo, constituído por duas veias principais: a veia safena magna e a safena parva.
O sistema profundo encontra-se no interior dos músculos sendo de fundamental importância porque por ele caminham 90% do sangue recolhido nos membros inferiores com destino ao coração.
Quando há aumento de pressão no sistema venoso temos o aparecimento das varizes.
Contudo temos por definição que: Varizes são veias dilatadas, tortuosas que apresentam disfunção das válvulas e refluxo. Veias de grosso calibre sem disfunção das válvulas nem refluxo não são sinal de varizes.
Temos como principais fatores relacionados ao aparecimento e/ou piora das varizes: à tendência familiar, a obesidade, o sedentarismo, múltiplas gestações, uso de anticoncepcionais, longos períodos na posição parada em pé, gênero (mulheres são mais propensas a desenvolver varizes), idade, tabagismo, o uso de sapatos de salto alto, trombose venosa e, por fim, compressão venosa.
As varizes podem se apresentar como pequenos vasinhos (telangectasias) acarretando maior desconforto estético, ou até vasos de grosso calibre com maior risco de sangramento, flebites ou ulcerações.
Os sintomas mais comuns são desconforto e sensação de cansaço e peso na perna, principalmente no final do dia, além de câimbras e inchaço nas pernas e pés.
Uma vez diagnosticada a presença de varizes, a única maneira de eliminá-las é através de intervenções como cirurgia e/ou escleroterapia (secagem das veias).
A escolha do tratamento depende do tipo de veia (bem como de seu calibre), da condição clínica do paciente, da localização e extensão do problema na veia e, por fim, da expectativa do paciente no resultado final do tratamento.
Como métodos conservadores podem ser indicados o uso de meias elásticas e / ou o uso de medicamentos flebotônicos, porém sempre com orientação e prescrição médica.
Na visão mais atual sobre o tratamento da doença venosa, as várias modalidades de tratamento são combinadas para a obtenção dos melhores resultados, tanto estéticos como para alívio dos sintomas.
Não existe evidência científica sobre cremes ou pomadas eficazes, muito menos medicamentos milagrosos que fazem as varizes desaparecerem.
É importante ressaltar que a formação das varizes é contínua e principalmente relacionada à genética e aos fatores de risco citados previamente. Assim, é comum aparecerem novas varizes no decorrer do tempo, mesmo após um tratamento bem sucedido.
Com isso, o tratamento das varizes deve ser contínuo e sempre buscar evitar os fatores de risco modificáveis como o sedentarismo, obesidade, etc.
Em resumo, sempre se faz necessária uma avaliação por médico especialista em cirurgia vascular a fim de elucidar as dúvidas quanto à doença de varizes e suas melhores formas de tratamento o qual deverá sempre ser individualizado a cada paciente para se obter o melhor resultado clinico e estético.
Fonte: SBACV
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